domingo, 7 de junho de 2015

Trombofilia: que bicho é esse?

A trombofilia é a propensão a desenvolver a trombose (coágulos no sangue) em qualquer fase da vida, aumentando o risco de ocorrência da trombose durante a gestação, o parto ou no pós parto. Durante a gestação porque há uma sobrecarga do sistema circulatório devido ao aumento do volume de sangue no corpo da gestante e às alterações hormonais. E no pós parto porque como o corpo humano é uma máquina perfeita, após dar a luz ocorre uma estimulação natural à coagulação para evitar que a parturiente se esvaia em sangue (coagula excessivamente para estancar a hemorragia no útero). Máquina perfeita! Porém, se a mulher for trombofilica, a coisa pode ficar feia e ocorrer a trombose que pode vir a acarretar AVC, infarto (trombose arterial) ou embolia pulmonar (trombose venosa) em virtude do deslocamento desses coágulos. E as trombofilias podem ser Adquiridas ou Hereditárias.
Em tese as trombofilicas não precisam obrigatoriamente de cesárea, porém dada a ocorrência de complicações no final da gestação de trombofilicas, os médicos em geral optam por fazer o parto assim que o feto se apresente maduro, com condição de sobrevida extra-uterina a fim de prevenir o aborto no final da gestação.
Diante deste quadro, me preocupei. Afinal só saberei se sou trombofilica ou não em setembro, quando acaba meu tratamento com o anticoagulante e saio da “bolha” em que me coloquei (não posso me cortar acidentalmente, não posso praticar exercícios de impacto, não posso receber massagem, enfim, não posso quase nada!), questionei o meu  médico a respeito e ele disse que trombofilicas abortam devido à ocorrência da trombose placentária, ou seja, a formação de coágulos que obstruem a passagem dos nutrientes ao feto, que não resiste.
Pelo que me informei, o sucesso gestacional depende de uma adequada circulação útero-placentária. Qualquer alteração circulatória pode ocasionar as temidas patologias gestacionais, entre elas: abortos, óbito fetal, pré-eclampsia etc.
Logo, é importantíssimo que as gestantes saibam se são portadoras da mutação e façam o acompanhamento e o tratamento com anticoagulantes (seu médico lhe orientará). O meu já me alertou que se eu for trombofilica e insistir em engravidar (como se a condição de trombofilica fosse me demover da minha determinação... Humpf!) terei que tomar as famosas picadinhas do amor (aplicação subcutânea de anticoagulante de uma a duas vezes por dia), que garantem uma boa chance de eu ter uma gestação tranquila e sem intercorrências.
Sem as picadinhas a chance de uma trombofilica ter uma gestação saudável é de 30%. Se eu for – vem logo setembro – não pretendo correr o risco não! Ficarei com a barriga toda roxa, dolorida, mas farei de tudo que estiver ao meu alcance pela saúde do meu pacotinho.
Mesmo com o tratamento, a gravidez é de risco, MAAAAAAAAAAS desde que devidamente assistida, as chances de sucesso da gestação são de 90 a 94%.
Fé em Deus, tudo vai dar certo para todas nós.
Bjos

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