A trombofilia é a propensão a desenvolver a trombose (coágulos
no sangue) em qualquer fase da vida, aumentando o risco de ocorrência da
trombose durante a gestação, o parto ou no pós parto. Durante a gestação porque
há uma sobrecarga do sistema circulatório devido ao aumento do volume de sangue
no corpo da gestante e às alterações hormonais. E no pós parto porque como o
corpo humano é uma máquina perfeita, após dar a luz ocorre uma estimulação
natural à coagulação para evitar que a parturiente se esvaia em sangue (coagula
excessivamente para estancar a hemorragia no útero). Máquina perfeita! Porém,
se a mulher for trombofilica, a coisa pode ficar feia e ocorrer a trombose que
pode vir a acarretar AVC, infarto (trombose arterial) ou embolia pulmonar (trombose
venosa) em virtude do deslocamento desses coágulos. E as trombofilias podem ser
Adquiridas ou Hereditárias.
Em tese as trombofilicas não precisam obrigatoriamente de cesárea,
porém dada a ocorrência de complicações no final da gestação de trombofilicas,
os médicos em geral optam por fazer o parto assim que o feto se apresente
maduro, com condição de sobrevida extra-uterina a fim de prevenir o aborto no
final da gestação.
Diante deste quadro, me preocupei. Afinal só saberei se sou
trombofilica ou não em setembro, quando acaba meu tratamento com o anticoagulante
e saio da “bolha” em que me coloquei (não posso me cortar acidentalmente, não
posso praticar exercícios de impacto, não posso receber massagem, enfim, não
posso quase nada!), questionei o meu médico a respeito e ele disse que
trombofilicas abortam devido à ocorrência da trombose placentária, ou seja, a
formação de coágulos que obstruem a passagem dos nutrientes ao feto, que não
resiste.
Pelo que me informei, o sucesso gestacional depende de uma
adequada circulação útero-placentária. Qualquer alteração circulatória pode
ocasionar as temidas patologias gestacionais, entre elas: abortos, óbito fetal,
pré-eclampsia etc.
Logo, é importantíssimo que as gestantes saibam se são
portadoras da mutação e façam o acompanhamento e o tratamento com
anticoagulantes (seu médico lhe orientará). O meu já me alertou que se eu for
trombofilica e insistir em engravidar (como se a condição de trombofilica fosse
me demover da minha determinação... Humpf!) terei que tomar as famosas
picadinhas do amor (aplicação subcutânea de anticoagulante de uma a duas vezes
por dia), que garantem uma boa chance de eu ter uma gestação tranquila e sem
intercorrências.
Sem as picadinhas a chance de uma trombofilica ter uma
gestação saudável é de 30%. Se eu for – vem logo setembro – não pretendo correr
o risco não! Ficarei com a barriga toda roxa, dolorida, mas farei de tudo que
estiver ao meu alcance pela saúde do meu pacotinho.
Mesmo com o tratamento, a gravidez é de risco, MAAAAAAAAAAS
desde que devidamente assistida, as chances de sucesso da gestação são de 90 a
94%.
Fé em Deus, tudo vai dar certo para todas nós.
Bjos
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